O Pronto-Socorro do Hospital do Policial Militar (HPM), implementou o protocolo especial para o combate à COVID-19, com abordagem precoce de medicações. A Fundação Tiradentes (FT), realizou entrevista com o Major QOSPM-GO André Luiz de Sousa Martins, responsável pela implementação do protocolo, sob o comando do Tenente Coronel David de Araújo Almeida Filho, chefe do setor, para obter mais informações.
Major André Luiz, médico atuante no pronto atendimento do Pronto-Socorro do HPM, possui vinte anos de formação em clínica geral e é Professor de residência médica na FUBOG – Fundação Banco de Olhos de Goiás. Com experiência vasta na área, desde sua inserção na Polícia Militar, contribui de forma efetiva com o protocolo implementado no HPM, o qual é referência no Brasil, e atua também como um dos coordenadores do estado de Goiás no protocolo da Covid-19, junto a centenas de profissionais médicos que realizam condutas semelhantes.
PROTOCOLO DA COVID-19
Devido a pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus, o atendimento e os protocolos no Pronto-Socorro do HPM sofreram significativas alterações. Especificamente para a COVID-19, foi implantado um protocolo de atendimento aos pacientes infectados, com a orientação de que se deve procurar o atendimento desde o primeiro dia de sintoma, pois a COVID-19 tem uma resposta muito rápida, em 10 dias o paciente já pode estar em franca recuperação ou com a necessidade de internação.
Nesse protocolo, além de todas as orientações básicas de uso de máscaras e distanciamento social, foi inserido também a administração de um coquetel de medicamentos no tratamento precoce da doença, usado anteriormente na Europa, obtendo comprovação de eficácia em diversos estudos, como o realizado pela médica brasileira, Dr. Marina Bucar, coordenadora científica da Universidade de Zaragoza – Espanha. De acordo com o médico, Dr. Major André, os medicamentos são utilizados há mais de 6 meses, o que “comprova que o que estamos fazendo tem um único fim, ou seja, salvar vidas, e isso é o mais importante”, completa.
Os medicamentos utilizados têm efeito antiviral, o que se faz importante administrá-los nos primeiros 5 (cinco) dias de sintomas, porque durante esse período se dá a replicação e multiplicação viral, e a utilização medicamentosa pode contribuir para a queda dessa carga viral, e com isso tentar reduzir um possível dano pulmonar na fase 2 (Fase inflamatória pulmonar) da Covid.
De acordo com o médico do Pronto-Socorro, Major André Luiz, “estamos em uma situação de guerra, uma questão de pandemia de urgência, e esse vírus veio para ficar. Então, essa é nossa luta, acolher o paciente desde o primeiro dia de sintomas, a informação contra a desinformação.
PREPARAÇÃO PARA A SEGUNDA ONDA
O Hospital do Policial Militar, atento ao aumento de casos, organizou-se para receber pacientes suspeitos e/ou confirmados de infecção pelo vírus e prestar o melhor atendimento. Segundo o médico, “foi um marco o mês de fevereiro, onde se pensou antecipadamente em um aumento gradativo dos casos, e assim, foi feita uma nova escala para 3 médicos do pronto-socorro, diariamente, mediante a situação. A organização me surpreendeu de forma muito positiva. Aqui no HPM, o paciente não espera mais que 15 minutos para ser atendido”. Anteriormente, foi feito um projeto entre os meses de junho e julho, no pico da Covid, que viabilizou o atendimento de 150 a 200 pacientes diariamente, todos sintomáticos das 7 da manhã às 7 da noite”, informou o médico.
Por se tratar de um vírus, assim como a gripe, que acomete as pessoas de forma sazonal, a maior preocupação no momento é uma possível reinfecção, e também de uma segunda onda, principalmente nestas mudanças de cepas, mais transmissíveis e mais agressivas.
Os pacientes que têm chances de serem reinfectados, segundo alguns estudos, são aqueles que tiveram Covid com sintomas mais leves ou os assintomáticos, e que geralmente não produziram a imunidade humoral, anticorpos IGG. Quanto a isso, Major André, detalha:
Temos a informação de imunidade celular, a imunidade que fica na memória, porém a imunidade humoral, que é o anticorpo IgG, adquirido também através de vacinas, essa é a imunidade que todos gostariam de ter, com o fim de estarem mais protegidos e resguardados. Os que têm sintomas leves ou mesmo os assintomáticos, tendem a não produzir IgG. Quanto menor o processo inflamatório e quanto mais leve sua situação clínica, menor a chance de produzir o IgG.
No HPM, além do atendimento presencial, existe também o acompanhamento realizado por teleatendimento, mantendo assim a assistência de saúde do paciente.
Além disso, o Hospital do Policial Militar está atento a nova Cepa da COVID-19, a qual é bem mais agressiva. Com origem em Manaus, a mutação está se espalhando pelo Brasil e mundo afora, com casos confirmados em Goiás.
Nessa nova mutação, a fase inflamatória, em alguns casos, pode surgir entre os 3º e 4º dias, ao contrário do que acontecia normalmente, face à cronologia clínica da Covid, ou seja, a fase 1 (primeiros 7 dias) e a fase 2, após os 7 dias, onde ocorre o processo inflamatório pulmonar. Face a isso, Dr. André, acrescenta que “É mister acolher o paciente o quanto antes!”.
AÇÕES DO COMANDO DA PMGO E FUNDAÇÃO TIRADENTES
Os procedimentos de referência nacional adotados e utilizados hoje no HPM, com relação ao protocolo e abordagem precoce nos atendimentos em tempos de pandemia, foram devidamente autorizados pelo Comando da Polícia Militar de Goiás no que diz respeito à sua implantação e funcionamento.
A Fundação Tiradentes, por sua vez, na qualidade de gestora do HPM não mediu esforços na aquisição de equipamentos de proteção individual (EPI) e também dos kits de medicamentos, no atendimento à demanda causada pela Covid-19. Quanto a isso, Major André, finaliza:
No HPM, tudo está atendendo a contento de forma fantástica, e as recomendações estão sendo seguidas. O comando da PMGO junto à Fundação Tiradentes, não permite que nada nos falte, ou seja, temos todo o suporte necessário na assistência e combate à pandemia.
Dúvidas e demais informações sobre o atendimento no Pronto-Socorro, entre em contato através do número: (62) 3235-6145.
Fonte: Comunicação/FT