
Organizado pelo Serviço de Psicologia do Comando de Saúde dentro da celebração do “Janeiro Branco” – mês voltado para os alertas sobre saúde mental -, o seminário teve o apoio da Fundação Tiradentes. O evento foi prestigiado pelas presenças do Subcomandante-Geral da PMGO, Coronel Carlos Antônio Borges, do Comandante de Saúde da Corporação, Coronel Sérgio Ricardo Caetano, e da Subcomandante de Saúde, Tenente-Coronel Vera Lúcia Vieira da Cunha Montagnini.
Com o tema “Saúde Mental na PMGO”, a psicóloga e Tenente-Coronel Miriam Terezinha Belém, do Serviço de Psicologia do HPM, destacou que a Organização Mundial de Saúde preconiza que “saúde é um estado amplo de bem-estar físico, mas também mental”. E ela enfatizou que motivos não faltam para que a saúde mental seja uma preocupação crescente a respeito da atividade do policial militar: “Uma das profissões que mais expõem o indivíduo a risco de vida e adoecimento físico e mental”.
E quando há um adoecimento mental, seja por questões individuais de reação ao ambiente, ou por influência genética, a tendência é de tristeza, falta de criatividade, chegando a dificuldades para interagir, e até de se emocionar e saber aproveitar a vida. Mas isto pode ocorrer em qualquer cidadão, de qualquer profissão ou classe social.
Por outro lado, a especialista apontou que, fatores como os sentimentos de falta de reconhecimento, de desvalorização, assim como a sensação de abandono e de impotência frente a eventos traumáticos, são muito comuns na atividade do policial. Esta pressão sobre o indivíduo da classe militar pode disparar com mais frequência gatilhos, defesas comuns ao organismo, como estresse, síndrome de Burnout (sensação de esgotamento profissional), transtorno do estresse pós-traumático, dependência química, depressão, ansiedade, fobias, atuação suicida.
Muitas vezes, estes sintomas podem ser reconhecidos por quem convive com o militar e estas pessoas podem contribuir no aconselhamento para que ele procure logo a ajuda de psicólogos ou psiquiatras da Corporação. “As saídas envolvem prevenção, tratamento precoce e pesquisas”, citou ela. E a passagem obrigatória pelo Centro de Saúde Integral do Policial Militar (CSIPM) é um canal muito importante para o diagnóstico precoce e também como fonte para pesquisas que venham a contribuir com os rumos da política de saúde mental da PMGO.
Além dela, também proferiram palestra o psiquiatra Tenente Thiago César e a psicóloga Sargento Ana Paula. Os dois explanaram sobre estratégias de enfrentamento e prevenção em saúde mental. O objetivo do seminário é dinamizar o assunto e soluções, visando contribuir com uma melhor qualidade de vida ao efetivo.
Durante o seminário ficou claro aos participantes que é necessário enfrentar barreiras como o preconceito que rotula os pacientes de forma pejorativa; a falta de conhecimento; a cultura conservadora que incute a visita ao especialista como fator de vergonha; e com isto enfrentar questões graves como o aumento do número de casos que envolvem sofrimento psíquico ou transtornos mentais, o aumento do uso e abuso de substâncias químicas e de ocorrências de suicídio.

