O segundo dia da I Jornada de Saúde dos Militares de Goiás trouxe um tema polêmico, garantindo discussões relevantes, pautadas em informações imprescindíveis ao Complexo de Saúde. No total, foram quatro palestras apresentadas por profissionais de diferentes áreas, entre eles: uma enfermeira, um psiquiatra, uma assistente social e um biomédico que abordaram em Mesa Redonda, sob coordenação do médico psiquiatra Capitão Flávio Augusto de Moraes, o assunto Dependência Química no Militar.
Quem abriu o Encontro de sábado, 07 de junho, às 8h, foi a professora Paula Cândida da Silva Dias, especialista em Saúde Mental e Dependência Química que trouxe a temática O papel do profissional de Saúde na Dependência Química. Para ela, o acolhimento ao dependente químico é essencial para o tratamento do paciente. “Atualmente desenvolvo um trabalho na Rede de Saúde Mental de Aparecida de Goiânia e o que percebo é que o acolhimento aos pacientes de forma completa, em tempo integral, é a melhor maneira de auxílio”, destacou.
SAÚDE MENTAL DO DEPENDENTE
A segunda temática abordada foi Manifestações Clínicas na Dependência Química, ministrada pelo médico psiquiatra, Tenente QOSPM Thiago César da Fonseca, que entrou na nova turma de Oficiais do Complexo de Saúde. Para ele, a relevância do tema foi essencial. “Temos um quadro funcional diversificado, por isso, a necessidade de falar do tema, trazê-lo ao conhecimento de todos, incentivando a troca de informação e experiência, a fim de auxiliar que outros profissionais de saúde consigam detectar possíveis usuários de drogas”, informou.
Segundo Thiago, a sensibilização de outros profissionais para um atendimento mais completo é essencial para detectar o problema de manifestações químicas. “Temos um serviço estruturado, então, podemos somar informações. O Complexo de Saúde nos dá essa liberdade. Isso facilita a troca de informações e a apresentação de projetos sobre esse e outros temas para serem trabalhados dentro da Polícia Militar.”
TRABALHO SOCIAL
Logo em seguida a Major QOSPM Vânia Maria Rodrigues Alencar, abordou a temática social e trouxe um olhar novo à respeito do dependente químico, o tema foi O Serviço Social na Dependência Química. Para ela, a questão dependência química envolve tanto a saúde, quanto o lado social. “A dependência é uma questão de saúde pública, mas as repercussões sociais são importantes. Então, é necessário ampliar as ações preventivas e que os Comandantes estejam muito envolvidos com essa questão.”
Segundo Vânia, o Complexo de Saúde desenvolve o Programa de Atenção Integral do Policial Militar (PAISPM) – uma ação de tratamento, coordenada pelo Serviço Social. “A porta de entrada é o PAISPM, então qualquer pessoa pode nos procurar pelo telefone: 3235-6157. Os Comandantes devem ler a Portaria 1.381 de 11 de abril de 2011 e entender o Programa da Policia Militar, uma opção de tratamento dentro da Corporação,” destacou.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
A última palestra da manhã foi apresentada pelo Tenente Coronel QOSPM Sérgio Henrique Nascente Costa que abordou o tema Drogas Lícitas e Ilícitas no Militar – Classificação e Exame Toxicológico. A temática proposta trouxe a discussão da Análise Toxicológica, em suas mais variadas formas. “Temos várias, entre elas: urina, cabelo, saliva, suor, mas usamos aquela que é possível de ser aplicada no Comando de Saúde,” relatou.
Segundo Nascente, a análise de urina ou de cabelo tem o objetivo de ajudar na condução dos Policiais Militares que têm algum tipo de dependência química. “De repente o Policial Militar é dependente de uma substância que altera seu estado emocional e pode estar armado na rua. Então, ela permite que a equipe multidisciplinar na hora da avaliação certifique e encaminhe o dependente para tratamento”, enfatizou.
De acordo com Nascente, a grande vantagem que o Complexo de Saúde tem é a diversidade de profissionais que atuam no mesmo espaço físico e que conseguem trabalhar de forma positiva com os dependentes, mas a família também ajuda no tratamento da doença. “A própria família tem vontade de tentar um tratamento para o militar que está passando por essa situação, nesse caso, a comunicação é muito importante. Fazemos o exame toxicológico desde 2001,mas hoje, com certeza está mais fácil sua identificação”, concluiu.
Fotos: LCSNUNES