Na manhã da última sexta (14) o Grupo de Epidemiologia e Pesquisa (GEP) da Polícia Militar do Estado de Goiás, pertencente ao Comando de Saúde, promoveu no auditório da Fundação Tiradentes o evento de Prevenção ao Suicídio, que contou com palestras e debates.
O mês de setembro é o mês mundial de prevenção ao suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. O assunto que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informações, o que colabora para o aumento dos casos.
As palestras foram ministradas pelo Tenente QOSPM Thiago Cezar, médico psiquiatra, que abordou os temas “SUICÍDIO NA ATUALIDADE” e “ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS DO SUICÍDIO”, e pela Tenente QOSPM Alessandra Cabral, psicóloga, que fez uma abordagem psicológica do comportamento suicida.
O Ten Thiago falou sobre alguns mitos e verdades sobre o suicídio “Aquela premissa que as pessoas têm de que, quem fala em suicídio não comete suicídio é uma mentira. As pessoas que cometem suicídio normalmente dão algum sinal antes (…) então se alguém tiver falando em suicídio, falando que não vale a pena viver, próximo de você, vocês precisam se preocupar de fato, pois para essa pessoa o risco é maior.”
O Ten ainda ressaltou a importância de que não se deve divulgar ou publicar detalhes de tentativas ou de suicídios já ocorridos, pois isso pode gerar motivação para novos casos “Quem tem pensamento de morte fica motivado a repetir aquele comportamento e normalmente a pessoa que tenta suicídio e não consegue, ela se sente envergonhada, se sente fraca, não foi efetiva em algo que ela queria ter feito e isso foi divulgado para todo mundo saber, como ela vai fazer depois o enfrentamento disso quando voltar para a vida? (…) Então sempre que a gente ficar sabendo de uma tentativa ou de um suicídio, a gente não deve divulgar, assim a gente está motivando outros suicídios”
A Ten Alessandra Cabral, em sua abordagem, falou um pouco sobre o suicídio na classe de trabalho do Policial Militar e citou alguns fatores como estresse, situações da vida privada, idade elevada e aposentadoria iminente, relação hierárquica, pressão social, baixo nível de confiança entre os colegas de trabalho, problemas no local de trabalho, dentre outros, são os que tendem a influenciar o suicídio e o comportamento suicida na área policial.
Evitar o assunto só colabora para o aumento dos casos. É fundamental que uma pessoa com comportamentos suicida seja avaliada por um psiquiatra, e acompanhada em terapia por um psicólogo. O Hospital do Policial Militar oferece atendimento psiquiátrico e psicológico sem necessidade de agendamento pelo tele consultas, os interessados devem entrar em contato através dos telefones (62) 3235-6190 ou (62) 32356201, para mais informações.